
Eu quero me desprender das conveniências. Sim, mais ainda. Eu quero poder fugir pra qualquer lugar quando me der vontade. Eu quero não ter nenhum problema por um dia inteiro. E no outro quero conseguir resolver todos até a hora de dormir. Eu quero ter a liberdade de estar com todos os meus amigos quando eu me sentir sozinha e quero conseguir me desvencilhar disso quando precisar só da minha companhia. Eu quero, de verdade, falar tudo que eu penso. Ainda acho que falo pouco. E eu quero saber usar o silêncio algumas vezes.
Preciso de uma liberdade sentida na pele. Na minha e na de quem eu permitir que compartilhe dela. Preciso ter coragem de ficar alheia a certas coisas que eu não posso resolver e de correr atrás da solução para as que eu posso. Preciso descer do salto quando me der na telha, literalmente. Preciso fazer todas as piadas que me vêm à mente de forma incessante, mesmo que quem ache graça delas seja só eu. Eu quero rir de tudo que me parece idiota. E quero chorar escondida, como sempre foi.
Quero a liberdade que existe em abraçar o mundo. A liberdade que existe em se encolher no colo de alguém. Quero a liberdade de errar, e muito. Minha maturidade é coerente com minha insegurança, infelizmente. Quero a liberdade de perceber quando fiz alguma coisa certa. Quero me desprender da minha falta de otimismo. Quero uma liberdade que me faça ter fé. No mundo e nas pessoas. Quero uma liberdade que me faça ser metade do que minha família é pra mim.
Quero uma liberdade exclusiva. Quero ultrapassar minhas próprias fronteiras. Quero viver essa utopia. Preciso dela.
Como já dizia Clarice Lispector...
"Liberdade é pouco. O que eu quero ainda não tem nome." C.L